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Muro de Ruínas, Parte 2

Em frente à criatura monstruosa, Syaoran e Godrick engoliram seco enquanto tremiam de medo. Acabaram de ver um homem morrer pelas garras deste terrível monstro e provavelmente seu destino não seria diferente do tomado por Izao. Estavam em eminente perigo e suas curtas vidas passaram pelos seus olhos. Tudo estava pesado no local: o ar, seus corpos e até mesmo suas gotas de suor. Godrick numa tentativa quase falha de se levantar e empunhar sua espada, disse para Syaoran que eles poderiam sair daquela encrenca.
À frente dos dois e nas costas de Weenbar estava o Fractal da Gravidade e eles precisam de uma maneira de capturá-lo. Syaoran, agora levantado, teve a brilhante ideia de enfrentarem a besta, enquanto Godrick pensava numa outra maneira de vencer a besta. Não havendo alternativas, batalharam.
Como num pesadelo, a batalha demorou. Parecia que nunca se findaria. Weenbar investia ferozmente em nossos heróis com seu rolo compressor, enquanto eles tentavam se desviar e golpeá-lo. Parecia impossível. Toda vez que tentavam, Weenbar se movia de acordo com o movimento que faziam. Era como se ele estivesse prevendo todos seus movimentos e o resultado deles.
A batalha estava quase ganha quando Godrick colocou sua espada no caminho de Weenbar enquanto este rolava. Ele não desviou, apenas fincou sua espada e ficou estático aguardando o resultado da manobra. O monstro caiu na armadilha de Godrick quando passou pela espada e perdeu o controle de seu rolo compressor, sendo enterrado numa montanha de areia ao longe. Syaoran perguntou como ele tinha feito isto e sua resposta foi simples: O olho único de Weenbar tratava-se de um dos olhos do destino. Com o olho fechado, ele não poderia ver o futuro, nem prever nenhum golpe deles.
Na esperança que o monstro ficasse por muito tempo naquela montanha, nossos heróis em conjunto tentaram retirar o fractal da gravidade do local e levá-lo. O maior problema estava em retirá-lo de lá, tarefa que parecia impossível, a menos que alguém pudesse carregar o peso do planeta inteiro nas mãos. Estiveram tentando por tanto tempo, que o monstro se recuperou e apareceu em meio à tempestade de areia criada pelo fractal. Seu olho parecia ferido e estava vermelho, mas não parecia que ele tinha perdido sua visão. O monstro ainda cambaleava um pouco e parecia estar fraco. Talvez não tivesse sido o olho, mas sim algumas visões deturpadas do futuro que o estava fazendo ficar assim, concluiu Syaoran. Mas sua falta de equilíbrio não foi o suficiente para impedir que Weenbar fizesse outro rolo compressor em direção aos nossos heróis. Eles correram para se esquivar do golpe. Desta vez, porém, o monstro fez um desvio inesperado e seu giro fez com que o fractal fosse arremessado para algum local próximo do horizonte. Com isto, a areia que estava sendo sugada para o interior do fractal, sessou seu movimento, voltando para o jeito como estava antes, enterrando o Weenbar.
Observando a cena, totalmente desapontados, nossos heróis não pensaram duas vezes antes de saírem correndo em direção ao cadáver de Izao, para levá-lo a Fenrir e buscar por ajuda. Weenbar parecia ter sido aprisionado na areia, pois não haviam sinais que este sairia de lá tão cedo. E se este fosse o caso, ele demoraria para recompor seu olho. Cansados, eles arrastavam Izao enquanto tentavam andar se tropeçar nos próprios pés.
Pareciam destruídos quando chegaram no portão de Fenrir. Cansados e derrotados, Syaoran e Godrick caíram nas proximidades do portão central da cidade enquanto alguns cidadãos observavam a cena e corriam para buscar ajuda. Na entrada da cidade estavam três corpos caídos. Talvez não estivessem tendo sonhos, mas o que quer que estivesse passando pelas suas cabeças enquanto estavam lá, deveria ser melhor do que encontraram mais cedo.
Quando acordaram, com suas visões ainda turvas, puderam ver um seleto grupo de pessoas ao seu redor. Godrick conseguiu identificar seu pai, o Shaman e Aflea sentados próximos da cama, com um olhar aflito. Na porta estava Atimereh com seu típico olhar preocupado voltado para o horizonte. Na parede esquerda, próximas à cama de Syaoran, estavam Suki e Maya. As duas tinham os olhos vermelhos como sangue e podia-se ouvir alguns soluços. Syaoran perguntou a seu pai, o Shaman, por quanto tempo estavam desacordados. Dois dias, ele retrucou. Godrick então perguntou o que fizeram com Izao. Aflea prontamente respondeu que tinha sido enterrado com a maior honra que um herói de guerra pudera ser. Suki voltou a chorar quando ouviu a parte sobre ser um herói de guerra.
Após alguns instantes de silêncio quebrantado apenas pelo choro de Suki, Atimereh irrompeu a atmosfera dizendo que todos os envolvidos eram extremamente corajosos e que novas estratégias deveriam ser encontradas para evitar perdas daquele tipo. Eles teriam muito o que conversar.